A Guarda Revolucionária do Irã disse nesta quinta-feira que derrubou um drone Northrop Grumman RQ-4 Global Hawk dos EUA que teria invadido seu espaço aéreo na província de Hormozgán, perto do Estreito de Ormuz.
Sputnik Brasil – O Estreito de Ormuz é uma via de importância estratégica e rota de mais de um terço do tráfego marítimo de petróleo.
O canal de televisão FarsNews publicou uma imagem da aeronave derrubada:
No entanto, segundo a NBC News, o Comando Central das Forças Armadas dos EUA (CENTCOM) negou que o seu drone tinha invadido o espaço aéreo iraniano alegando que não havia drones americanos no espaço aéreo do país. “Nenhum drone americano estava operando no espaço aéreo iraniano”, afirmou o porta-voz do CENTCOM, capitão Bill Urban.
Além disso, um oficial dos EUA disse à Reuters, mantendo anonimato, que o Irã abateu um drone norte-americano MQ-4C Triton com um míssil terra-ar, enquanto o drone estava sobrevoando o espaço aéreo internacional sobre o estreito de Ormuz.
O incidente ocorre durante uma escalada na tensão entre Estados Unidos e Irã. Washington acusa Teerã de atacar dois navios petroleiros nas proximidades do Estreito de Ormuz.
Após o episódio, o presidente dos EUA, Donald Trump, decidiu enviar mais 1.000 soldados para o Oriente Médio.
Os EUA também acusam o Irã de tentar e não conseguir derrubar um de seus drones de vigilância antes do suposto ataque aos petroleiros.
O Irã nega as acusações.
EUA estão agravando situação no golfo Pérsico conscientemente
Estados Unidos estão conscientemente agravando a situação no golfo Pérsico com Washington tentando piorar ao máximo a situação, afirmou o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov.
“É o reflexo da linha de agravação consciente da situação. Não temos dúvidas de que as lideranças militar e política dos EUA não se detêm em nenhuma ação para tornar a situação mais difícil possível e, mais importante ainda, para aumentar a pressão sobre o Irã”, disse Ryabkov a jornalistas.
Segundo o vice-chanceler, isso contradiz completamente a compreensão da Rússia do que deve ser feito em tais situações, porque a Rússia considera necessário dobrar esforços diplomáticos e políticos para estabilizar a situação e reduzir a tensão na região.
Ryabkov explicou que Rússia é a favor da formação de um sistema de segurança coletiva na região do golfo Pérsico com o reforço de medidas de confiança e estabelecimento de contatos diretos entre os países da região para melhoramento das relações bilaterais deles.
“E, é claro, para preservar as chances de uma maior segurança e para cumprimento posterior do JCPOA, que está com perspectivas, dado o que está acontecendo, cada vez mais nebulosas”, acrescentou Ryabkov.
Na segunda-feira (17), o Departamento de Defesa dos EUA anunciou o preparo para envio de forças adicionais ao Oriente Médio em resposta à “ameaça” do Irã, que, segundo Washington, foi responsável pelos ataques a petroleiros no golfo de Omã.
O secretário interino de Defesa dos EUA, Patrick Shanahan, declarou que mais 1.000 soldados serão enviados para o Oriente Médio. Segundo ele, essas ações não visam confronto com o Irã, mas atendem aos interesses de segurança dos EUA e seus aliados.